A rescisão por justa causa é a forma mais severa de encerramento do contrato de trabalho, sendo aplicada quando o empregado comete uma falta considerada grave, o que inviabiliza a manutenção da relação de emprego. Essa medida está prevista no artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e requer atenção tanto por parte do empregador quanto do trabalhador.
Situações que Podem Levar à Justa Causa
A legislação trabalhista estabelece diversas condutas que podem justificar esse tipo de rescisão. Entre as principais, destacam-se:
- Ato de improbidade: práticas como furto, fraude ou qualquer comportamento desonesto dentro do ambiente profissional.
- Mau procedimento: atitudes inapropriadas que comprometem a convivência no trabalho.
- Insubordinação ou indisciplina: descumprimento de ordens diretas ou regras internas da empresa.
- Abandono de emprego: ausência prolongada e injustificada por mais de 30 dias.
- Desídia: desempenho abaixo do esperado, com repetidas falhas por negligência ou descaso.
- Embriaguez em serviço: apresentar-se sob efeito de álcool ou drogas durante o expediente.
- Violação de segredo da empresa: repasse indevido de informações confidenciais.
- Condenação criminal: quando a sentença impossibilita o cumprimento das atividades laborais.
- Jogos de azar no ambiente de trabalho: prática proibida por comprometer o foco e a seriedade do local.
- Agressões físicas ou verbais: ofensas dirigidas a colegas, chefes ou clientes.
- Atos contra a segurança nacional: envolvimento em situações que afetem a integridade do país.
Quais Direitos São Mantidos?
Mesmo diante de uma demissão por justa causa, o trabalhador ainda tem direito a alguns benefícios:
- Saldo de salário: pagamento pelos dias trabalhados até a data da dispensa.
- Férias vencidas, se houver: incluindo o adicional de 1/3 constitucional.
Direitos Perdidos na Justa Causa
A rescisão por justa causa exclui diversos direitos normalmente garantidos na demissão sem motivo:
- Aviso prévio (indenizado ou trabalhado);
- Multa de 40% sobre o saldo do FGTS;
- Saque do FGTS, exceto em casos específicos como aposentadoria ou compra de imóvel;
- Férias proporcionais;
- 13º salário proporcional;
- Benefício do seguro-desemprego.
Conclusão
A justa causa deve ser aplicada com cautela e respaldo legal, sempre baseada em provas concretas e respeitando o direito à defesa do empregado. Para o trabalhador, é essencial conhecer suas obrigações e manter uma conduta profissional, a fim de evitar prejuízos significativos em seus direitos trabalhistas.